SANTA CATARINA DE SIENA

Três lições de Santa Catarina de Sena - Comunidade Católica Shalom

VIDA

29 de abril. Festa de Santa Catarina de Siena, virgem, Doutora da Igreja, Padroeira da Europa,+1380

“Santa Catarina nasceu em Siena, no dia 25 de março de 1347. Na Europa, a peste negra e as guerras semeavam o pânico e a morte. A Igreja sofria por suas divisões internas e pela existência de “antipapas” (chegaram a existir três papas, simultaneamente) ”.

Ficou também famosa por suas cartas ao Papa pedindo que saísse de Avignon. Contribuiu para a solução da crise religiosa fazendo que o Papa Gregório XI voltasse para a Cidade Eterna.

Morreu aos 33 anos de idade, no dia 29 de Abril de 1380. (1)

A seguir temos uma de suas cartas contendo duras críticas ao mau exemplo dado pelo clero da época.

CARTA 2. Os males do egoísmo. Para o Padre André Vitroni

(…)

5. “O egoísmo degrada leigos, religiosos e sacerdotes Como dissemos antes, agem diversamente os que cultivam na alma a árvore do egoísmo. Toda a sua vida é corrompida, uma vez que corrompida está a raiz principal, a afeição da alma. Se são leigos, mostram-se maldosos nas suas funções: cometem injustiças, vivem na impureza sem nenhuma racionalidade. Nem merecem ser chamados de homens porque, guiados pelo instinto animal, renunciaram à luz da razão. Tratando-se de religiosos ou sacerdotes, suas vidas não imitam a vida dos anjos, nem a dos homens, mas a dos animais, que rolam na lama. Às vezes são piores que os leigos! De que ruína e castigos são dignos! A linguagem humana é incapaz de o descrever.

“Tais pessoas desempenham o papel dos demônios, que procuram afastar as almas de Deus para levá-las consigo ao falso descanso. Também eles abandonaram a vida reta e santa, perderam a iluminação divina, vivem na maldade. Vós (padre André) e os demais sacerdotes sabeis disso e o vedes! Há padres e religiosos cruéis consigo mesmos, amigos do demônio e companheiros dele antes da hora. São cruéis também com os outros, pois não amam o próximo na caridade. Não protegem as almas; devoram-nas. Põem-se a si mesmos nas mãos do lobo infernal. Ó homem infeliz! Quantas coisas te pedirá o supremo juiz e tu não as poderás dar. Por isso cairás na morte eterna. Não percebes o castigo futuro, porque estás sem a iluminação divina, não tens consciência da missão que Deus te deu. Alguém assim não leva vida de religioso, porque tudo nele está desordenado. Nem leva vida de clérigo, fiel à Liturgia das Horas, como é seu dever, cuidando dos pobres, zelando pela Igreja. Ao contrário, tais pessoas vivem como senhores, no luxo e nos prazeres, com muitos ornatos, muita comida, muito orgulho e empáfia. Parecem insaciáveis. Se possuem um benefício,5 querem dois; se possuem dois, querem três. Jamais se dão por satisfeitos. No lugar da Liturgia das Horas — oxalá não fosse verdade! – põem prostitutas, armas e espadas, como para se defenderem de Deus contra quem está em guerra”.

“Mas como lhes será difícil, quando o Senhor estender para eles a vara da justiça divina. Com seus bens, tais infelizes alimentam filhos e outros demônios encarnados, amigos seus. Pois bem, tudo isso brota do egoísmo, que dissemos ser uma árvore cujo fruto é o pecado. Árvore que dá morte à alma, retirandolhe a graça e privando-a da iluminação divina. Sendo o egoísmo tão perigoso, ocorre fugir dele e estar atento para que não penetre na alma. E se aí já estiver, é preciso procurar o remédio”. (2)

Notas:

  1. Excerto de Falar com Deus de 29 de abril de 2021.  

2.Excerto  retirado de “Catarina de Sena, Santa, 1347-1380. Cartas Completas / tradução João Alves Basilio]. – São Paulo: Paulus, 2016. Coleção Clássicos do Cristianismo. Carta 2. p 24-24.

https://www.paulus.com.br/loja/appendix/4362.pdf

Observação. São Josemaría Escrivá se inspirou muito em Santa Catarina. “Desde que era jovem teve especial devoção por ela. Por exemplo, costumava chamar catarinas as anotações que fazia sobre os acontecimentos da sua vida interior: “Apaixona-me a fortaleza de uma santa Catarina – confessava o fundador do Opus Dei, que diz verdades às mais altas personalidades, com um amor aceso e uma claridade diáfana”[5]. Assim, em 1964, o fundador do Opus Dei decidiu nomeá-la intercessora para um apostolado pelo qual guardava uma estima especial: o de impregnar com a caridade de Cristo o amplo campo da opinião pública”.  Ver a este respeito artigo no site do Opus Dei: 

https://opusdei.org/pt-br/document/29-de-abril-santa-catarina-de-sena/

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