DIA DOS PAIS: – “Cadê o meu presente?”

 

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Valter de Oliveira

“Bom Dia Brasil”, TV Globo, 8h, 05 de agosto. Notícia: “40% dos pais não receberão presentes no próximo dia 14”. E ainda: “E os que serão dados vão ser, na média, mais baratos do que os que foram dados no ano passado”.

Opa! Pensei eu. Automaticamente veio-me à mente um cálculo. 7 filhos. 40% são 2,8 filhos… Como sou da área de humanas – nós somos mais bondosos – já arredondei para cima: 3 filhos. Três presentes garantidos… Mas, outra dúvida: e se os 40%  forem os pixotes e o jovem estagiário?  Pronto. Estou perdido. Vou ficar a ver navios. Ou pokemons…

Mas, na reportagem resolveram consolar-nos. Um pai entrevistado disse o óbvio: “O que importa é o amor. É a presença deles”.  Chico Pinheiro aquiesceu e acrescentou: “Eles são criativos, podem dar muito sem gastar um centavo. Podem nos surpreender muito”. É verdade.  Isso, nós pais, presenciamos desde os primeiros anos de nossos filhos.

Qual o presente que queremos? O que nossos filhos podem nos dar que nos comovem, que nos enche de felicidade?

Deixemos de lado o presente do dia dos pais, de nosso aniversário, do Natal. Eles são símbolos do amor que têm por nós. Gostamos deles. Mas, bem lá no fundo, queremos mais. Queremos o bem deles. Acontece que há muitos bens no mundo. Alguns são fundamentais para todo ser humano.

Em primeiro lugar lembremos que cada um tem direito a uma vida humana digna. Isso exige uma habitação, conforto, segurança, saúde, educação, alegria. Depois, quando crescem esperamos que o bom ensino os ajude a ingressar em uma boa faculdade onde desenvolvam a inteligência e aumentem ainda mais o número de bons amigos. Mais para frente nosso anseio é que consigam um ótimo emprego que lhes dê segurança econômica e que lhes faça sentir-se realizados. Tudo isso, em si mesmo, é bom. Muito bom. Basta?

Ligamos a TV e vemos programas onde são mostrados os caminhos percorridos por vários atletas. Frequentemente foi um caminho árduo. No auge da carreira, como vemos nos jogos olímpicos, vemos os pais torcendo pelo sucesso de seus filhos. Vitoriosos, todos choram.

Outros vão se alegrar porque o filho, já antes dos 30 anos, é um profissional bem sucedido. Alguns rapidamente tornam-se ricos.  Outros, porque a filha encontrou um bom partido. O rapaz formou-se pelo ITA, é muito inteligente, bonito, uma família de bom nível social e econômico, uma ampla e linda casa e outros bens.

É muito bom também se seu filho ficar famoso. Se você gosta de música pode achar que é um presente e tanto que ele consiga sucesso na carreira lírica. Imagine ter na família um Andrea Bocceli.  Pode ser também um Luiz Carlos Martins. Se for pelo lado pop, mais moderno, pode ficar feliz que o rapaz venha a ser um célebre roqueiro.

O homem simples ficará feliz se ver que o filho é um homem honesto, que fez um curso técnico e está bem empregado.

Os presentes são “infinitos”.

Volto à pergunta que fiz há pouco: basta?

Não, não basta. Ou melhor, todos esses bens são realmente bens. Mas são bens relativos. Não há nada errado que os desejemos aos filhos, aos amigos, a nós mesmos. Porém, todos devem estar subordinados a um bem maior, ao bem absoluto, a Deus.

Em suma, dinheiro, carreira, fama, popularidade, não devem ser transformados em absolutos.   Se o fizermos é porque não entendemos o sentido da vida. Em vez da verdadeira realização e da felicidade só teremos uma vida amarga, cheia de fel. Não é o que acontece na vida de tanta gente famosa e de tantos magnatas?

Dia 14, aqui em casa, terei a feliz visita dos 3 filhos que se casaram com os genros e uma nora, aos quais considero como filhos também. Juntar-se-ão aos 4 que aqui continuam alegrando a casa. Todos ao lado daquela mãe encantadora que desde que nasceram lhes deu um amor sem fim, amor que eles sabem que durará eternamente.

E os meus presentes?

Eles são criativos… De qualquer modo, já sei que vou receber, mais uma vez o principal. Não vai estar em nenhuma caixa. Vai estar no olhar de cada um deles. Um olhar cheio de brilho e de calor que diz: “Pai, queremos ser cada vez melhores, cada vez mais unidos,  enfrentando todas as dificuldades, sempre procurando fazer o bem, somente o bem, deixando rastros. Bem que nos dá a perfeita felicidade que só encontramos em Deus”

Que presente!

E eu, com o coração agradecido, só posso lhes dizer:

– Obrigado, muito obrigado!

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