A Cruz de Leão XIV: um mártir da Guerra Civil no peito do Papa

Quando Leão XIV apareceu pela primeira vez ao mundo na sacada central da Basílica de São Pedro, em seu peito pendia uma cruz familiar para aqueles que o conheciam como cardeal. O que pouca gente sabia é que essa cruz guarda pequenas relíquias: uma de Santo Agostinho, outra de Santa Mônica… e uma terceira, do Beato Anselmo Polanco, bispo mártir de Teruel.

Specola conta:

Lá, ele optou por não trocar sua cruz peitoral, mas manter a que já usava no peito quando entrou no Conclave, um presente do Postulador Geral da Ordem de Santo Agostinho, Pe. Josef Sciberras OSA, por ocasião de sua criação cardeal no consistório de 30 de setembro de 2023. É evidente que ele se sente muito apegado a esta cruz. Hoje sabemos que em seu interior abrigam-se as relíquias de Santo Agostinho, de sua mãe Santa Mônica e de vários santos e beatos da Ordem Agostiniana, entre eles o bispo mártir de Teruel Anselmo Polanco, fuzilado em 1939 na Espanha. O lema episcopal do Cardeal Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV, ressoa hoje como um apelo urgente à Igreja: “In Illo uno unum”, isto é, “Em um (Cristo) somos um”, expressão tirada da Exposição sobre o Salmo 127 de Santo Agostinho.

A Cruz de Leão XIV não é apenas um ornamento litúrgico: é um relicário vivo que une passado e presente, que liga as perseguições de ontem à esperança de hoje. É também uma mensagem poderosa e silenciosa para uma Igreja que continua a precisar de testemunhas dispostas a dar tudo de si.

Beato Anselmo Polanco

Anselmo Polanco, agostiniano como o próprio Leão XIV, foi nomeado bispo de Teruel em 1935. Às vésperas da tragédia da Guerra Civil, ele alertou seus fiéis de que se aproximava um momento de decisão entre os defensores da fé e os arautos do marxismo. Ele não fugiu quando teve a oportunidade. Ele permaneceu com seu povo durante o cerco republicano, mas foi capturado após a queda do seminário e preso. Levaram-no de prisão em prisão — San Miguel de los Reyes, Barcelona — até que, durante a retirada final do Exército Republicano para a França, ele foi baleado em Pont de Molins em 7 de fevereiro de 1939. Seus algozes o encharcaram com gasolina e o queimaram. Hoje ele descansa na catedral de Teruel, e a Igreja o homenageia como um mártir.

Que sua intercessão acompanhe Leão XIV em seu pontificado. Que seu testemunho inspire os fiéis a redescobrir a coragem da fé. Que a sua memória seja um farol que nos lembre que as cinzas dos mártires são sempre sementes de Santidade.

Relíquias na cruz do Papa Leão XIV

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