
Grande Padre Francisco!!!
Homem de grande virtude, orador e confessor exímio.
Tive a graça e a felicidade de ser dirigido por ele por quase 15 anos. Eterna gratidão por tudo que fez por mim e minha família.
Desde que conheci o Opus Dei tivemos inúmeras conversas. Todas preciosas. Lembro-me, de modo especial do conforto que me ofereceu por ocasião da doença e morte de meus pais. Além disso, por todo alento que me deu para cuidar de minha família.
Certa vez levei meu filho Paulo Henrique para visitar o Padre Francisco. Aí aconteceu uma coisa interessante. Paulo, como era natural, agiu como criança. Ele conta:
“Com cerca de 6 anos de idade eu visitei um centro do Opus Dei. Lembro-me do fusca camurça na entrada da garagem. Era um lugar acolhedor, mas imponente de certa maneira, com plantas e chão bem desenhado em lajotas, se não me engano. Estava com meus pais visitando o padre Francisco.

Em dado momento observei que ele estava com batina e fiquei me perguntando, internamente, se não iria tropeçar naquela saia gigante, afinal, minha mãe usava saias e não eram tão compridas. Enquanto meus pais falavam sobre várias coisas minha boca foi mais rápida que o meu cérebro e perguntei:
– O senhor não se incomoda de usar saia?
Na mente de um menino era uma pergunta pertinente. Pelos olhares de meus pais, nem tanto…
Ele riu, mas eu fiquei uma semana sem poder assistir Chaves.
Com o passar dos anos entrei para o seminário e é claro que o bom humor do padre refez a pergunta para mim. – “Então, disse ele, a saia não incomoda?”
Sabia ter bom humor. Pensar que uma pessoa pode passar pela Guerra Civil Espanhola, ter vivenciado as durezas da Segunda Grande Guerra e tantas outras, nos faz pensar em quanto a alegria é necessária para mantermos Deus próximo de nós.
Eu acredito que o bom humor é e sempre será uma das marcas das grandes almas, afinal, não imagino ninguém da Sagrada Família sisudo. Meus pais sempre colocaram essa alegria em nós, assim como uma dose aparente de sincericídio nas perguntas. Eu mesmo aprendi isso quando fiquei doente e tive que deixar o seminário. A doença foi séria, brutalmente dolorida, mas os cuidados e carinho que recebi em casa tudo amenizaram e fizeram-me entender ainda mais como um sorriso pode realmente mudar o dia de uma pessoa.

Que Deus acolha o Padre Francisco com o mesmo sorriso. Essa alma que trouxe tantos sorrisos e reflexões às almas a ele confiadas em todos esses anos. Se você teve a graça de conhece-lo. ao lembrar dele, você também pode retribuir com o maior dos presente que ele gostaria de ver, um sorriso de quem ama e conhece Cristo.
Com todo carinho e apreço, seu amigo, Paulo Henrique de Oliveira“
Nós, pais, às vezes não conseguimos acompanhar o pensamento de nossos filhos pequenos. Padre Francisco, na verdade, diminuiu bastante o “castigo” de ficar uma semana sem assistir o programa do Chaves (ia ser bem maior…). Ele percebeu que Paulo não tinha tido a intenção de ser mal educado. Estava, na verdade, bem à vontade para fazer a pergunta e julgou que isso era bom.
Paulo escreveu uma cartinha para ele pedindo desculpas pelo acontecido. Padre Francisco guardou essa cartinha por muitos anos e sempre perguntava por ele e por nossos outros filhos.
Que os anjos conduzam sua alma ao Paraíso para estar eternamente ao lado de Cristo e da Virgem Maria.