NEGACIONISMO LAICISTA: NÃO AOS SÍMBOLOS CATÓLICOS

Valter de Oliveira

O ódio a símbolos, valores e à fé cristã tem crescido gradual e fortemente em todo mundo. Em alguns lugares – China, alguns países islâmicos – temos tido  perseguições religiosas duras com destruição de Igrejas, aprisionamento de fiéis, até execuções sumárias (neste caso mais por parte de grupos fundamentalistas ou em regiões onde há guerra civil). Em outros temos grupos que,  afirmando-se indignados com um passado da Igreja ligado ao colonialismo,  decidem destruir igrejas e símbolos católicos. Basta lembrar ondas iconoclastas nos EUA e no Chile.

Outra coisa que temos, em todo o ocidente, é a procura sistemática por deixar em segundo plano, ou tirar de circulação, tudo o que lembre a cultura católica.

Recentemente a EU (União Européia), publicou um documento que, em nome da não discriminação e da igualdade, pedia que não se usassem mais expressões tipicamente católicas ou cristãs. O “guia interno” a seus funcionários promovia a chamada linguagem inclusiva e com neutralidade de gênero. Tudo isso, é claro, em perfeita consonância com a mentalidade tida como “politicamente correta”. Política que aparenta ter muito cuidado com minorias mas que não respeita o sentimento da maioria da sociedade.  Neste ponto ela é absolutamente insensível.

O trecho do documento interno que causou maior controvérsia foi aquele em que se sugeriu que não se usasse mais a expressão “Feliz Natal”. Tampouco seria bem visto dizer “período natalino”.

Críticas

Logo que foi conhecido o “guia interno da EU recebeu fortes objeções. Na sociedade civil e na Igreja. Foi tido como um ataque ao “bom senso”.

O jornal “Gazeta do Povo” deu alguns exemplos:

“Um artigo no jornal italiano Il Giornale alegou que as orientações eram uma tentativa de “cancelar o Natal”. Em seguida, vários políticos manifestaram sua oposição aos conselhos.

Matteo Renzi

“Esse era um documento absurdo e errado. Uma comunidade não tem medo de suas raízes. E identidade cultural é um valor, e não uma ameaça”, argumentou o ex-premiê italiano Matteo Renzi.

“Inclusão não significa negar as raízes cristãs [da União Europeia]”, tuitou Antonio Tajani, ex-presidente do Parlamento Europeu e membro do Força Itália, partido de Silvio Berlusconi. “Vida longa à Europa do bom senso!”, disse Tajani após a CE voltar atrás.

O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, disse ao Vatican News: “Claro, sabemos que a Europa deve a sua existência e sua identidade a numerosas contribuições, mas nós certamente não podemos nos esquecer de que uma das maiores contribuições, se não a principal, tem sido o próprio Cristianismo”.

As críticas surtiram efeito. A Comissão Europeia suspendeu a distribuição do guia interno.

Helena Dalli

“Helena Dalli, comissária de Igualdade da CE, justificou a decisão de cancelar o guia: “Foram levantadas preocupações com relação a alguns exemplos fornecidos nas Diretrizes sobre Comunicação Inclusiva, que, como é habitual com tais diretrizes, é um trabalho em andamento”, disse Dalli pelo Twitter. “Estamos examinando essas questões com o objetivo de abordá-las em uma versão atualizada das diretrizes”.

Duvido que uma nova versão seja substancialmente melhorada. Todo o empenho de certos líderes laicistas é realmente retirar da sociedade qualquer coisa que lembre a cultura cristã. Infelizmente. (1)

Notas:

  1. Aqui em SP, o PSDB, que é da esquerda light, criou legislação, no final do anos 90, no sentido de não criar constrangimento para determinadas pessoas. Por exemplo, mães solteiras cujos companheiros não assumiram a paternidade. A solução encontrada foi não colocar nos documentos históricos escolares os nomes do pai e da mãe do aluno…Constrangido fiquei eu ao ver que no documento de um dos meus filhos, eu e minha esposa não existíamos…Expedido por quem? : por uma escola católica… Nada como ser fiel à lei, não é mesmo?
  • Por ocasião de um acordo feito entre o Vaticano e o Brasil (pontificado de Bento XVI e governo Lula) foi pedido que se colocasse que o Natal seria uma festa garantida pelo governo brasileiro. O pedido não foi aceito…
  • Veja aqui no site texto do Vaticano sobre o assunto e uma declaração do Papa Francisco que critica o caráter anacrónico do texto da União Europeia. 

Fontes:

https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2021-11/parolin-natal-cancelado-uniao-europeia-pessoa-discriminacao.html

https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/apos-criticas-uniao-europeia-cancela-guia-que-recomendava-evitar-a-saudacao-feliz-natal/

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