A HUMILDADE DE SANTA BERNADETTE SOUBIROUS

Resultado de imagem para santa bernadette de soubirousS. Bernadette Soubirous, a jovem que teve as visões de Nossa Senhora de Lurdes, entrou na Congregação das Irmãs de Caridade e de Instrução Cristã, no dia 08 de julho de 1866. Foi recebida no convento de Saint-Gildard, em Nevers, França. Estava com 23 anos. “Entrava para uma Congregação em plena prosperidade: no ano anterior, além de um grande número de professas, Saint Gildard contava, tanto no noviciado como “na casa”, cento e trinta e duas noviças e trinta postulantes; vinte e uma apresentaram-se no decorrer de um só mês (maio) de 1866”.

Claro que a chegada da vidente foi um acontecimento especialmente agradável para todas elas. No livro de Entradas, lê-se que foi admitida gratuitamente. “Foi a superiora que pagou 60 francos pelos seus hábitos, e nós demos-lhe 135 francos e as peças do enxoval por 22 francos e cinquenta”. E vem a conclusão: “Sentimo-nos felizes por a Virgem no-la confiar” (Bernadette Soubirous, p. 311).

Quando entravam novas postulantes logo procuravam conhecê-la. Isso ocorreu por anos. Certa ocasião, a futura irmã Bernard Dalias (…) “sentiu como toda a gente um ardente desejo de conhecer a confidente da Virgem”. Somente, ela imaginara uma Bernadette com “algo de solene, um rosto grave, gestos medidos, uma dicção muito digna, uma estatura criada para as grandes obras”. E durante três dias, procurou entre os grupos de religiosas a Bernadette da sua fantasia… Entretanto, uma religiosa “miúda e novita” atraía particularmente sua simpatia. Mas não, não podia ser aquela!… Finalmente a postulante atreveu-se a perguntar à madre Bernard Berganot, ao lado da qual se encontrava precisamente a encantadora irmãzinha:

Resultado de imagem para santa bernadette de soubirous“Minha querida madre, é muito estranho. Há três dias que estou aqui e ainda não consegui descobrir Bernadette. Estou muito desgostosa.

– Bernadette! Mas é esta!”

“Fiquei de tal modo perturbada, continua a irmã Bernard Dalias, que um termo infeliz brotou dos meus lábios, antes que pudesse refazer-me da minha estupefação: “Ça?!”

E a irmã Marie-Bernard, com o seu mais doce sorriso, tomou a mão da sua jovem companheira e respondeu-lhe alegremente: “Sim, menina, é apenas ça”. Com semelhante cumprimento, a recém-chegada conquistara-lhe o coração; ça, esta sílaba desdenhosa, resumia maravilhosamente o conceito que Bernadette fazia de si mesma!

Fonte: TROCHU, Francis. Bernadette Soubirous, tradução de Ricardo Tavares. Lisboa, Editorial Asper, São Paulo, Livraria Flamboyant.  p. 414, 415.
 

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